A Geração Beta hiperconectada
- Evandro Prestes Guerreiro

- 8 de jan.
- 3 min de leitura
As crianças que nasceram e nascerão em 2025, fazem parte da geração Beta e assim será pelos próximos 10, 15 anos no futuro e testemunharão a passagem do século XXI para o século XXII. Parece uma boa história para filme do gênero ficção com realidade aumentada, inteligência artificial, computação quântica, colonização espacial, velocidade de dobra, homo optimus. A Geração Beta, possui em sua herança genética marcas "impressas" que estruturarão os próximos eventos da sociedade avançada tecnologicamente, mesmo que ainda não tenha consciência de tais acontecimentos.

As gerações anteriores eram medidas a cada 30 anos pelos seus valores socioculturais e políticos-econômicos, porém, com os avanços tecnológicos, que também passou a ser indicador geracional tangível, o tempo caiu pela metade. A geração baby boomers, nascida pós-Segunda Guerra, a X na década de 1960, a Y na década de 1980, a Z nos anos 2000 e a Alpha, a partir de 2013, mostra que o tempo é cada vez mais relativo quando se trata da longevidade humana. Se antes tínhamos cinco gerações coexistindo no tempo-espaço, agora, são seis gerações que convivem entre si os avanços e desafios humanos do futuro.
A geração baby boomers, foi desafiada a fazer a travessia crítica entre um mundo brutalizado e destruído por duas grandes guerras e a cultura da paz no planeta. A ideia de criar a ONU (Organização das Nações Unidas), foi um avanço substancial para manter e difundir a racionalidade política e a diplomacia mediadora de crises entre nações. A geração X foi responsável por consolidar a cultura da paz e criar os mecanismos tecnológicos para priorizar recursos promotores do progresso e desenvolvimento humano. O legado foi construído para que a geração Y, como "milleniuns" aprendesse como gerenciar a sustentabilidade do novo milênio, adotando práticas inclusivas para erradicar a pobreza, consolidar o Estado democrático de direitos e flexibilizar os modelos mentais, para que a geração Z, maximizasse os direitos humanos e potencializasse a diversidade como estratégia global de sustentabilidade planetária e humana.
O ciclo da geração Alpha, os nativos digitais, passou pela pandemia de covid-19 e carrega em sua estrutura latente de personalidade, o desequilíbrio socioemocional que abalou o mundo no início do século XXI, sendo desafiada a “reajustar a rota” das múltiplas dimensões humanas, algumas delas já consolidadas na agenda global: sustentabilidade planetária, direitos humanos, diversidade cultural e infoinclusão social.
A geração Beta chegou como síntese dos novos hábitos de comunidade, em que as atitudes culturais assertivas nas decisões coletivas, serão cada vez mais melhoradas pelas novas tecnologias do cotidiano contemporãneo. A Internet das Coisas (IoT) comunicando em redes inteligentes, dinamizadas pela Inteligência Artificial (IA), blockchain como registro seguro e confiável de transações rastreáveis em rede, a Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR) guiando o usuário em imersões no mundo digital na educação, entretenimento, negócios, saúde e outras conexões eletrônicas que transformam a percepção humana de objetos virtuais em contexto real.

A geração Beta viverá a realidade ficcional do desenho animado de George Jetson e sua família, que ao lado de sua esposa, Jane, e dos filhos Elroy e Judy, vivem o futuro que as gerações anteriores construíram pela impressão 3D, 4D, energias renováveis, armazenamento energético, biologia sintética, edição de genes, robótica hibrida, cidades inteligentes. O físico e matemático britânico, Ian Pearson, membro da Academia do Mundo para Artes e Ciência, apontou que os avanços tecnológicos criariam a nova espécie humana chamada de Homo Optimus, “com genomas otimizados e organismos reforçados por ligações com a tecnologia externa”, também ressaltou o futurologista, que as metrópoles teriam edifícios guiados por inteligências artificiais e a realidade virtual seria parte do cotidiano das pessoas (Exame, 2016), algo que nossa tese de doutorado Cidade Digital (2006) ressaltou, juntamente com a necessidade de infoinclusão social, enquanto relação de equilíbrio sustentável entre o progresso tecnológico e o desenvolvimento social das cidades.
A geração Beta testemunhará o emprego da computação quântica generativa, tal como a AI, potencializando a aprendizagem na educação, saúde, trabalho, agricultura, habitação, segurança, infraestrutura, logística, entretenimento, colonização espacial humana. O futuro da geração Beta no mundo hiperconectado é tão próximo que desafia os sentidos, a percepção, o conhecimento e os limites humanos.
Referências
EXAME. De robôs a edifícios-cidades: como serão as cidades em 2045. Acesso em 08/ 01/ 2025. Disponível em: https://exame.com/tecnologia/de-robos-a-edificios-cidades-como-serao-as-cidades-em-2045/
GUERREIRO, Evandro Prestes. Cidade digital - Infoinclusão social e tecnologia em Rede. São Paulo: Senac, 2006.
GUERREIRO, Evandro Prestes. Educação a distância e Comunicação de Massa: A aprendizagem dos jovens na Era Digital. São Paulo: Social Meeting, 2024.
PEARSON, Ian. Society Tomorrow: Growing older in 21st Century Britain (English Edition), 2016.
SOCIAL MEETING. Editora. Acesso em 08/ 01/ 2025. Disponível em: https://www.socialmeeting.info/editora








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